O que acontece na terapia? Como é a terapia? Como funciona? É uma pergunta que vez ou outra alguém que nunca passou por este processo me faz? “É só chegar lá e falar?”
Ali acontecem muitas coisas, mas tem alguns momentos especiais na terapia que valem a pena ressaltar: é quando o analisando se depara com percepções inéditas sobre sua vida, seu comportamento, seus pensamentos.
Uma reação comum é o analisando desconfiar que aquilo que se mostra tão mais claro em sua mente agora esteve presente há tanto tempo e ele não tinha percebido.
Às vezes, quando o conteúdo é mais desconfortável ou perturbador, a reação é de negar o valor da descoberta; são conteúdos que muitas vezes afetam a maneira como a pessoa acredita que ela é.
Quando a construção de sentido aparece na análise, estamos diante de um momento desafiador no processo terapêutico, pois o sentido vem com uma força de alta intensidade que, mesmo quando é difícil aceitar, também é um tanto difícil negar sua validade.
Pode ser algo que a pessoa esteve passando muito tempo tentando esconder dos outros e de si mesmo, e agora vem com um sentido imponente.
É hora de entrar em contato com aspectos de mim mesmo que andei preferindo esconder, deixar de lado, disfarçar… É como olhar para um espelho que nos mostra uma imagem que preferíamos não ver.
Mas momentos como esses, de difíceis descobertas, são ricos, promovem uma compreensão muito mais ampla da minha personalidade, de como eu funciono, apontam para tomadas de decisões melhores e sinalizam comportamentos que podem estar limitando meu potencial.
A terapia vai oferecer o ambiente receptivo necessário para acolher essa dor de perceber que as intenções do analisando nem sempre são tão nobres ou boas como eu gostaria de acreditar.
Por meio de diálogo, reflexão e análise conjunta, o psicólogo vai ajudando o analisando a explorar, compreender e integrar os novos aspectos em sua vida, oferecendo suporte emocional e orientação.